quinta-feira, 30 de agosto de 2012


                                     Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
                                       Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
                                       Pastor Presidente: Aílton José Alves
               Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
                                       LIÇÃO 09 – A ANGÚSTIA DAS DÍVIDAS
               INTRODUÇÃO
           Veremos nesta lição que o consumismo é um dos principais causadores do endividamento das pessoas,
analisaremos ainda o que Jesus falou sobre as questões financeiras e, por fim, elencaremos algumas recomendações
que nos ajudarão a nos livrarmos das angústias geradas pelas dívidas, e a vivermos de forma sóbria e equilibrada do
ponto de vista financeiro. O apóstolo Paulo já dizia: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor...” (Rm 13.8).
O crente em Jesus deve esforçar-se ao máximo para não se tornar uma presa das dívidas.
  

I – O CONSUMISMO E SUAS IMPLICAÇÕES
O consumismo é um descontrole para adquirir bens, serviços e produtos de forma indiscriminada, na tentativa de
realizar-se emocionalmente. Geralmente, pessoas fragilizadas por alguma intempérie da vida, são tendenciosas a
buscarem no consumo dos bens materiais a satisfação para o vazio da alma. No entanto, elas acabam endividadas,
frustradas e desesperadas. Lembremos que os bens existem para os possuirmos, e não para sermos possuídos
por eles. O consumista valoriza em extremo as coisas materiais, enquanto o verdadeiro crente em Jesus prioriza as
coisas espirituais (Mt 6.33). Podemos perceber o sentimento contrário ao consumismo nas palavras do apóstolo Paulo:
“Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (I Tm 6.8). O contentamento é
exatamente o oposto do consumismo.
1.1 Contentamento. O Aurélio define esta expressão como: “Ter prazer com o que se tem, Tornar-se satisfeito com
o que possui, ter satisfação com o necessário”. É exatamente isso que o cristão deve sentir, pois reconhece que o
Senhor dispensa as bênçãos materiais sobre os seus filhos conforme sua soberana vontade, pois o ouro e a prata
pertencem a Ele (Ag 2.8); e, por certo, não deixará um filho seu ser provado além das forças (I Co 10.13) e nem o
deixará mendigar o pão (Sl 37.25). Se tivermos as coisas essenciais da vida, tais como: alimento, vestuário e um teto,
devemos estar satisfeitos. O crente, além de ter uma vida piedosa, deve também estar sempre contente e consciente da
transitoriedade desta vida (I Tm 6.6,7).
1.2 O querer ser rico. No afã de querer consumir e gastar, o indivíduo busca ardorosamente mais dinheiro, mais
riquezas e acaba naufragando na fé: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (I Tm 6.9). Muitas vezes o
crente acaba se afundando nas dívidas por querer ser rico, buscando um nível e um estilo de vida que o seu salário não
permite. Tudo isso acontece por causas de dois terríveis sentimentos que brotam no coração daqueles que se deixam
envolver na dimensão material. Vejamos:
• Inveja. Temos um exemplo claro disso na vida do salmista Asafe, que por invejar os ímpios, que eram mais
sucedidos financeiramente do que ele, quase se desviou (Sl 73.1-4). Interessante que a inveja de Asafe o levou
a uma vida extremamente perturbada (Sl 73.16), pois se perturbam os que vivem em função das riquezas (Pv
11.28). A felicidade do salmista foi despertar antes da queda propriamente dita (Sl 73.17). O seu desejo, então,
passou a estar nas coisas celestiais (Sl 73.25).
• Cobiça. Tem sido a causa de muitos males financeiros e espirituais. Temos exemplos bíblicos de pessoas que,
por não se contentarem com o que tinham, terminaram por naufragar definitivamente. Foi o caso de Acã, que
cobiçou os despojos dos inimigos do povo de Deus e acabou morrendo com toda a sua família e todas as suas
propriedades (Js 7.21-25). O que dizer de Geazi, que por cobiçar o prêmio de Naamã acabou leproso (II Rs
5.20-27).
 

II – OS ENSINAMENTOS DE JESUS SOBRE O DINHEIRO
O Senhor Jesus deixou bem claro que não deveríamos empreender grandes esforços para ajuntar bens nesta
vida, pois as riquezas são incertas, efêmeras e não satisfazem a alma e nem as expectativas humanas (Mt 6.19,20). O
Mestre também sabia que o coração de alguém inclinado às riquezas pode ser totalmente dominado por elas (Mt 6.21).
É tanto que Ele explica a possibilidade das riquezas se tornarem uma espécie de divindade na vida do crente (Mt 6.24).
Nos versículos 25 ao 33, podemos observar diversas lições:
• Deus nos deu algo sublime, que foi a vida. Ele pode, portanto, nos dar o que necessitamos (v.25);
• Se ele sustenta criaturas tão simples como os pássaros, haverá de sustentar a coroa de sua criação, que somos
nós (v.26);
• A ansiedade não é capaz sequer de acelerar o crescimento de uma ave, muito menos de resolver os nossos
problemas (v.27);
• Se Deus veste as plantas e cuida delas, Ele proverá também a vestimenta dos seus filhos (v.28);
• Devemos crer que a nossa vida está nas mãos do Senhor, e Ele, a seu tempo, enviará o necessário (v.30);
• Deus conhece as nossas necessidades e não nos desamparará (v.32);
• A prioridade da nossa mente e do nosso coração deverá ser sempre o Reino de Deus (v.33);
• O crente deve viver um dia de cada vez, sempre convicto dos cuidados constantes e minuciosos do Senhor
(v.34).
III – FAZENDO MAL USO DO DINHEIRO
Vejamos alguns problemas do mal uso do dinheiro:
3.1 Compulsividade - De acordo com o Aurélio, compulsividade é o “Sistema que favorece o consumo exagerado” é
a “tendência a comprar exageradamente”. A Bíblia adverte: “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro;
e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade” (Ec 5.10). Alcançar todos os bens
que se deseja não confere a ninguém a satisfação plena. O apóstolo Paulo encontrou na pessoa de Cristo, o equilíbrio
no que tange às coisas materiais: “...aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11).
3.2 Avareza - É o amor ao dinheiro, que causa uma verdadeira escravidão e dependência. “Por que o amor ao
dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns de desviaram da fé e se transpassaram a si
mesmos com muitas dores” (I Tm 6.9,10). Deus não condena o dinheiro em si, mas, a ambição, cobiça, exploração, e
usura. Abraão era homem muito rico; Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó 1.3,10); Davi, Salomão e
outros reis acumularam bens e nenhum deles foi condenado por isto. O que a Bíblia condena é a ambição desenfreada
pelos bens (Pv 28.20; Dt 8.11; Pv 11.28; Mc 4.19; Pv 23.4,5; Pv 28.11; Pv 5.10).
3.3 Dívidas - Muitas pessoas estão em situação difícil, por causa do uso irracional de benefícios oferecidos como:
facilidades pelo comércio, cartão de crédito, cheque, crediário, empréstimos, etc. As dívidas podem causar muitos males,
tais como: desequilíbrio financeiro, inadimplência, intranquilidade; provocando até certos aparecimentos de doenças,
desavenças no lar; perda de autoridade e o mau testemunho perante os ímpios (Pv 6.1-5; 11.15). “O rico domina sobre
os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7).
IV - EVITANDO AS DÍVIDAS
Esta lição fala sobre a angústia das dívidas, e o dicionário Aurélio define angústia como: “aflição intensa,
agonia, sofrimento, tribulação”. Há vários fatores que podem levar alguém a ficar endividado tais como: uma
enfermidade que demande a compra de muitos remédios; o desemprego prolongado; uma catástrofe natural; ser fiador
de uma pessoa emprestando-lhe (dinheiro, cartão de crédito ou cheque). Mas, geralmente as dívidas têm origem no mau
uso das finanças. Vejamos algumas dicas que podem nos auxiliar a administrarmos melhor o que nos foi dado:
4.1 Sejamos dizimistas fiéis. Há muitos que estão afundados nas dívidas por não honrarem o Senhor com a sua
fazenda (Pv 3.9). Por não trazerem os dízimos à Casa do Tesouro, não estavam experimentando as provisões celestiais
(Ml 3.10,11). Na época do profeta Ageu, o povo havia desprezado a Casa do Senhor e haviam cerrado as mãos quanto
à contribuição. Por isso, nada dava certo na esfera financeira. Eles até ganhavam bem, mas o dinheiro simplesmente
não rendia (Ag 1.4-11).
4.2 Respeitemos as prioridades. Depois de entregar o dízimo, o crente deverá discernir o que é prioritário, o que é
secundário e o que é supérfluo. Por exemplo: saúde, alimentação, moradia, estudos e vestimentas básicas são
prioridades. Gastos com lazer é algo secundário, e a compra de roupas de marca ou aparelhos eletrônicos de última
geração é supérfluo.
4.3 Evitemos o desperdício. Nunca devemos comprar o que não necessitamos, e nem gastar além do que ganhamos.
Deus não se alegra com o desperdício (Jo 6.12; cf. Lc 15.13,14). Às vezes o crente mergulha nas dívidas por
desperdiçar o que tem.
4.4 Planejemos os nossos gastos. Jesus deixou claro que o crente só deve iniciar um empreendimento (construção,
compra de algum bem, realização de um viagem) depois de planejar e ter a certeza de que vai conseguir concluí-lo (Lc
14.28-32).
4.5 Economizemos o máximo. Dentro das possibilidades, o crente deve ter uma reserva financeira, visando dias maus
que possam lhe sobrevir. Esse princípio fica evidente na administração de José na terra do Egito (Gn 41.33-35). Para
que se consiga isso, são necessários equilíbrio e sabedoria por parte do servo de Deus.
CONCLUSÃO
Fica claro que as dívidas podem ser causadas por fatores alheios à vontade do crente, mas também podem
acontecer pela insensatez e desequilíbrio do mesmo. O fato é que num e noutro caso, elas geram angústias e
perturbações. Oremos, vigiemos e sigamos os princípios bíblicos no tocante a administração das finanças, e certamente
experimentaremos as provisões de Deus, que há de nos proporcionar dias melhores e mais prósperos.

Postado Por Pb: Lindomar Batista

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.